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origen
Sou nativo de uma cidadezinha de Côtes d'Armor, Yffiniac, na França, localizada na baía de Saint-Brieuc, perto de uma reserva ornitológica, onde existia na época a maior descarga selvagem da região. Após o naufrágio do superpetroleiro Amoco Cádiz, fiquei sensibilizado pelo horror das imagens de pássaros presos no petróleo. Enojado, não pude aceitar que a espécie humana destruisse meu terreno de jogos. Catar lixo durante minhas caminhadas pela natureza tornou-se um gesto instintivo....
Um dia, em 2006, na praia de Maresias no Brasil, com os braços cheios de lixo, apesar de um sentimento real de desamparo e solidão diante da tarefa, esse gesto foi recompensado contra todas as expectativas.
Sem dúvida exasperada pela presença daquele estrangeiro limpando a praia todos os dias durante três meses, a prefeitura acabou por tomar consciência da necessidade de contratar oficialmente uma equipe de limpeza. O slogan, imaginado alguns dias antes em frente a esta praia, mais suja do que nunca, me pareceu tão óbvio. Usando um cd, uma rolha de plástico e bastões de pirulito encontrados na areia, desenhei o que se tornaria o logotipo do movimento ao qual eu dei a vida :
AS
Eu continuei minhas ações, limpando as praias ao fio de minhas muitas viagens.
Mas em 2012, depois de passar 25 anos ao redor do mundo, a futilidade das minhas atividades profissionais me pareceu insuportável. Alimentar minha alma e dar sentido à minha existência tornou-se vital.
Armado com a paixão de minhas convicções, uma peneira (a Charlotte, ferramenta usada há 25 anos atrás quando eu era limpador de praia em Saint-Tropez), uma pick-up e algumas camisetas estampadas DFMP, peguei a direção de Ibiza. Esta primeira missão durou dois meses. Foi a revelação de uma aventura humana, espiritual, esportiva, revigorante e gratificante para cada pedaço de plástico recolhido : o equilíbrio perfeito de yin e yang.
SPREAD THE MOVE.
DFMP
MINHA
primeira
Missão
Ainda não tínhamos 10 anos. Pascal e eu caminhávamos já há algumas horas pelas redondezas de Yffiniac, nosso "terreno de jogos", sob um sol de rachar. Meu amigo de repente teve a idéia de visitar a fazenda « Ecluse » que ele conhecia bem, para pedir um pouco de água.
A casa parece vazia, mas as garrafas de cidra encontradas na despensa resolveram a questão e apaziguaram nossa imensa sede...
Uma visita aprofundada confirma a ausência da família de agricultores Méheu. Mas, quando Pascal me conta o fim inelutável reservado aos lindos filhotes, porquinhos, patinhos, bezerros e coelhinhos, o sangue gelou em minhas veias ...
Foi então orgulhosos como cavaleiros e com um forte senso de dever cumprido, que deixamos para trás o campo de batalha sem nome de uma fazenda cujos inquilinos corriam por todos os lados, felizes com pela liberdade reencontrada ...
O resultado foi menos glorioso : logo veio a polícia para desmascarar meu vizinho e cúmplice. Este guardou as marcas de seu silêncio por muito tempo no posterior, por não ter me denunciado. E eu fiquei escondido atrás da minha janela, já imaginando ter que evitar a cela da prisão escondido nos bosques das redondezas ...
Hugues Piéto
Fundador do movimento DFMP
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